Hoje eu vou postar sobre a obra surrealista O Deserto. Uma pintura em tinta óleo sobre tela no tamanho de 70 cm de altura por 100 cm de largura, não é uma composição com muitos elementos pois a intenção nesta linha surreal é ser minimalista e não focar em elementos subliminares e ocultos a primeira vista. Uma obra com foco central em um rosto feminino sobreposto a um banco de areia, embora a ideia inicial fosse fundir um deserto com um fundo do mar... Acabei por não fazer a composição conforme criei inicialmente, mas o que saiu está mais abaixo.
Quantos de nós são oceanos profundos?! Quantos de nós são geleiras? Quantos de nós somos um deserto? Embora sempre queremos aparentar algo aceito no meio social, cuidamos da nossa pele, do nosso cabelo, dos nossos dentes... Muitas vezes não para preservar nosso recipiente físico, muitas vezes para contar pontos na aceitação na sociedade, mas muitas vezes nosso corpo é apenas a ponta do icebergue, por trás de uma fina casca a mostra... Temos milhas e milhas e milhas de áreas que não gostamos de ir dentro do nosso ser, áreas que abrangem nosso vulnerabilidade, onde estão enraizadas nossas fraquezas e medos, pirâmides de decepções que foram construídas pedra por pedra por pessoas que passaram por nossas vidas.
Embora muitas pessoas, na verdade a maioria delas... Vive uma vida superficial e não se importa em explorar o que não se pode ver, tanto exteriormente ao seu meio quanto interiormente em seu EU VERDADEIRO, algumas pessoas não se dão ao luxo de ter um deserto interno, são apenas um montinho de areia e pedregulho mesmo, mas algumas pessoas cultivam um universo de areia com todos os seus mistérios e superstições, com todo calor de dia e frio a noite, com horizontes de areia escaldante e alguns oásis magníficos, muitos são engolidos pela areia e outros apenas seguem seu caminho deixando pegadas fugazes que logo desaparecerão atrás desta pessoa.
Conheci pessoas maravilhosas que sucumbiram ao seu deserto, como em uma miragem do meio dia... Construíram pirâmides nas nuvens, veem ampulhetas do tamanho de arranha-céus com cachoeiras de absinto, veem peixes com trombas de elefantes nadando na brisa seca e quente, veem que estão no meio do seu limbo, não sabem se o caminho que percorreram é maior ou menor que o caminho que ainda falta para chegar a lugar nenhum... Mas a vida é assim, muitos não sabem onde querem chegar, mas a maioria vive para chegar a lugar nenhum. Nosso deserto interior é nossa carga que nossa existência tem que suportar, mas devemos sempre elevar nosso consciente a algo maior que nossa carga, pois se há mais estrelas na Via Láctea do que grãos de areia na Terra... Devemos elevar nossa mente a dimensões mais sublimes e menos árduas como nosso Karma, como nosso deserto!
Pintura em óleo sobre tela;
Tamanho: 100 cm X 70 cm;
Título: O Deserto; Ano de execução: 2014.
Autor: Wendell Well.
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